Depoimentos de quem já participou

Grupo Beija Flor


Campanha Natal 365 dias do ano  - 30/05/2004 

Manhã de outono, 30 de maio, domingo.

Após breve oração, o Grupo Beija Flor se propôs a levar mais uma gota de esperança no coração da família de Jaqueline.

Recebemos a pouco tempo, a contribuição de Fernanda, que solidarizou-se com a historia dessa jovenzinha.

Quinze anos, Jaqueline escreverá ao Papai Noel no final de 2003, contando que não tivera infância e sua adolescência resumia-se ao trabalho de limpar o vidro dos carros nas avenidas, em busca de contribuir para ceia de Natal.

Chegamos a região da Pompéia, e depois de várias paradas pra perguntar a localização do endereço, adentramos ao Conjunto Cingapura. 

Pergunta daqui, pergunta dali, encontramos Jaqueline, sentada a beira de uma casa simples, lendo o livro 'A espera de um milagre'. 

Coincidência ? Quem saberá.

Nos apresentamos. A irmã mais velha chama a mãe, e somos convidados a entrar. 

A casa simples, emana uma luminosidade, um capricho nos detalhes.

A mãe emocionada, chora mediante nossa visita.

Jaqueline lê a mensagem de esperança escrita pelo Papai Noel (Fernanda) em voz alta. 

No ambiente, silêncio, como se o mundo lá fora, soubesse que mais do que a cesta básica e alguns mimos, levávamos a esperança à aquela família.

A mãe de três filhas, mora ali desde adolescência, onde casou e ficou viúva há algum tempo. 

Com determinação acredita no futuro das filhas longe desse ambiente hostil e ameaçador. 

Batalha o dinheiro de manutenção da casa, no comércio de tubaínas e salgadinhos, pois está impossibilitada de trabalhar por problemas de saúde.

Quando pergunto a irmãzinha mais nova- Thais- se acredita em Papai Noel, ela conta que sim e sempre faz tchau pra ele nas avenidas na época de Natal e quando aprender escrever, pedirá pra ele trazer mais comida...

Convidamos a família para nos acompanhar até o carro e retirar a cesta e presentes. 

A irmã mais velha chora quando recebe as sacolas com presentinhos... 

Percebo nos olhares, o agradecimento ao Pai Maior, o sentimento de serem acolhidas, e a certeza de que não estão desamparadas...

Sentimos uma brisa leve e um abraço coletivo faz nossa despedida...

Despedida essa que é o inicio de uma nova esperança para essa família, que reviverá essa experiência sempre que o desânimo alcança-las e a certeza de que pedidos são atendidos, ainda que nem sempre aconteçam no prazo que esperamos.

É o Beija Flor fazendo sua pequena parte em alimentar a solidariedade e esperança no coração de mais uma família. 

E a sensação de fazer parte dessa família Maior, é sem dúvida, o resgate de se sentir gente...

Beija Flor Raquel - raquelr@br.ibm.com

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