Depoimentos de quem já participou

Grupo Beija Flor


  Ajuda Relâmpago - Natal 365 dias  - SP - 28/08/2004 

Aconteceu neste sábado.

Hoje foi um dia muito especial para mim, pois pela primeira vez, depois de alguns trabalhos que participei com o grupo Beija Flor, fui juntamente com meus amigos Eduardo, Márcia e Edgar, atender a cartinha de Beatriz. 

Ela tem 8 anos e escreveu ao Papai Noel, pedindo uma bicicleta, material escolar e roupas para passar o Natal. 

Confesso que a princípio fiquei pensativa: nossa irei a um lugar desconhecido? Como será este lugar?

 Como será está menina? O que devemos levar? Qual será a reação dela? 

Será que os pais sabem que ela escreveu? Será que ela realmente acredita em Papai Noel? 

Que sua cartinha poderia ser atendida um dia? Em meio a tantas indagações, eu me sentia muito confiante, algo me dizia que tudo iria dar certo: “Vá com calma e confie no Pai, Ele sempre nos ampara, a hora é está, não desista”. 

Bem, a minha parte foram as roupas, mas devido a grande quantidade de e-mails que eu li, acabei me confundindo e estava certa que era um menino, já havia até comprado, ainda bem que tive tempo para trocar no sábado antes de irmos para lá. Ufah!!!. 

Quando já estávamos todos reunidos, nossa amiga Márcia, que ajudou com o material escolar, precisou nos deixar, devido a imprevistos, mas seu coração, e seu desejo de Boa Sorte, estavam conosco.

Logo fomos verificar, com auxílio de um mapa, como chegar ao lugar, parecia distante e complicado.

Quando já estávamos próximos, começamos a perguntar como chegar, o número da casa e até mesmo da menina Beatriz. 

A rua estava com os números completamente fora de ordem e ninguém conhecia a menina Beatriz, e muito menos o número de sua casa: 871, não vou mais esquecer... 

Algumas pessoas mostravam-se muito dispostas a ajudar, davam até mais informações a respeito de alguém que achavam que poderia ser a nossa menina, outras não, talvez por temer o que realmente queríamos, o que é compreensível. 

Era um bairro pobre, humilde, triste, porém de pessoas muito alegres. E a cada criança, a cada menina que passava na rua, eu olhava na expectativa de que fosse Beatriz. 

Pergunta-se daqui, dali, batia-se palmas, entrava-se nas casas, e nada. 

Ficamos mais ou menos duas horas andando na rua onde ela mora. Não conseguia aceitar o fato de talvez termos que voltar, de termos fracassados: “não, não isto não é possível, depois de tanto preparo, Deus é justo, ela tem que está aqui em algum lugar”. 

Então, fomos descendo devagar, atentos aos números, quando de repente eu vi: “871, ali está o número, aí eu nem acredito, conseguimos!!!!”. 

Fomos checar se era a casa, a casa de BEATRIZ, é claro, lá estava ela, nos olhou tímida e desconfiada.

Entramos na casa, simples, humilde, porém muito bem cuidada. Sua mãe Fabiana, nos recepcionou muito bem, embora já um pouco descrente, pois havia “brigado com Deus” um dia antes; porém, parecia já estar nos esperando. 

Disse com muito orgulho e lágrimas nos olhos toda a sua história, o quanto batalhou para construir aquela casa e tudo que fazia ela era pela suas filhas: 

Raiane, Aline e Beatriz e que apesar de divorciada estava sempre pensando em dar o melhor para elas.

Mesmo estando desempregada, sempre aparece algo para fazer, lavar passar roupa, fazer faxina, vender produtos, cuidar de criança, enfim, disse que era a mãe e o Pai que elas não têm, a chefe de família.

Confessou que quando perguntamos por Beatriz, pensou que poderia ser por causa de alguma travessura que ela haveria aprontado na rua: “Olha está menina adora ficar na rua, mas hoje eu ordenei que ficasse só dentro de casa, chega de rua”, coisas de mãe e que dificultou um pouquinho a nossa procura, mas valeu a pena.

Fomos pegar os presentes e elas, muitíssimo felizes e dispostas, foram nos ajudar. A Beatriz já parecia estar um pouco mais à vontade e a cada presente que abria, agradecia: “obrigada, muito abrigada”. 

A mãe dela disse que ela não parava de pedir a bicicleta, havia até pedido ao seu tio um dia antes, logo que abriu já foi se preparando para montar. 

Ao abrir a caixa de material escolar, ficou surpresa, pois tudo que sua professora havia pedido estava lá. 

A roupa??? por incrível que pareça, acertei no tamanho e acho que no gosto, imaginei que ela fosse bem magrinha mesmo, a mãe disse que ela estava precisando. 

Perguntamos se ela acredita em Papai Noel e é claro que ela respondeu que sim. 

Sua irmã, Raiane, também não se continha de tanta felicidade, chegou a dizer até que seu coração estava em ritmo acelerado e que poderia até passar mal. 

Embora ela não tivesse colocado na carta que tinha mais 2 irmãs, todas foram beneficiadas. 

Foram doadas exatamente três mochilas e mais alguns itens de material escolar, presilhas para cabelo, etc. 

Sua mãe também recebeu cestas básicas e algumas roupas, ficou super contente e não parava de agradecer. 

Eu me senti muito à vontade conversei com as meninas e pode saber rapidamente um pouco de cada uma delas. 

Logo tivemos que nos despedir e elas, muito alegres e educadas, nos agradeceram. 

A mãe, então, disse que voltou acreditar em Deus e que não irá mais brigar com Ele: “É preciso acreditar, ter Fé, ele sempre está do nosso lado”. 

De todos os eventos que participei, acho que este foi o que mais me emocionou, talvez seja pela proximidade que temos as pessoas, de “invadirmos” e darmos esperança a sua vida. 

Todos parecíamos tranqüilos, parecíamos já estarmos preparados para aquela família e para aquele dia. 

Fiquei muito feliz, tive vontade de ficar um pouco mais e de fazer mais por elas. 

Mas não, acho que tudo que poderíamos fazer foi feito, com ajuda de todos e que agora o mais que devemos fazer é pelos outros, há muitos a serem ajudados, há muitas cartinhas a serem atendidas, há muito amor para doar. 

Espero poder continuar colaborando e que surjam mais Beija flores querendo ajudar Papai Noel atender a tantos pedidos. 

EXPERIMENTA!!EXPERIMENTA!!!!EXPERIMENTA!!!!EXPERIMENTA!!!
EXPERIMENTA!!!!EXPERIMENTA!!!!EXPERIMENTA!!!!EXPERIMENTA!!! EXPERIMENTA!!!! EXPERIMENTA!!!! EXPERIMENTA!!!!


OBRIGADOOOO!!!!

Brenda Laila Pinheiro - brendalaila@bol.com.br

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