Atendimento de uma cadeira de rodas - São Paulo - 31/10/2004

Recebemos uma ligação de uma solicitação de ajuda.

Durante a semana, ligamos pra Dna Eunice (que tem uma filha com paralisia cerebral) e pedimos a oportunidade para uma visita. Ela nos atendeu prontamente.

Falamos a ela que estava muito difícil de arrumar o dinheiro, mas mesmo assim, gostaríamos de ir visitá-la, estaríamos lá por volta de 10:00hs da manhã.

Tudo já estava pronto (havíamos conseguido ajuda de várias pessoas), mas não podíamos contar nada a ela ainda. 

Ela no telefone se desabafou falando de suas dificuldades como funcionária pública e que aceitava tudo o que Deus mandava. 

No domingo dia 31/10/2004 às 9:00hs nos encontramos em frente à Claro. Quando o relógio marcou 9:15hs, fizemos uma oração e seguimos em direção à casa de Dona Eunice no Ipiranga em São Paulo.

Chegamos ao local as 10:01hs. Sua casa fica dentro de uma pequena vila.

Quando Dna Eunice nos atendeu disse: Achei que vocês não viriam mais.

Nos convidou para entrar. Domingo ensolarado. Dentro de nossos corações uma alegria só, mas não podíamos contar nada.

Ao entrar em sua casa, Dna Eunice nos convidou para sentar e foi buscar a sua filha Andréa de 33 anos.

Andréa teve problemas na hora do parto e hoje ela tem paralisia cerebral.

Ela consegue conversar com dificuldade, entende tudo o que falamos, tem também seus movimentos com a mão e a perna muito difícil, exige cuidado constante.

Dona Eunice foi buscá-la no quarto e vieram em uma cadeira de rodas comum.

Na sala, começamos a perguntar como tudo aconteceu e Andréa tinha no braço uma pulseira de Nosso Senhor do Bonfim.

Perguntei a ela, Andréa, qual foi o seu pedido. Na hora ela começou a chorar. Ihhhh dei mancada pensei. 

Sua mãe entra em cena e diz que ela sempre se emociona muito e chora fácil.

Na sala estavam: Dna Eunice, Andréa (que recebeu a cadeira de rodas), Adriana sua outra filha que segurava a pequena Paloma, Guiomar, Rosangela, Sahara e Eduardo (todos do Grupo Beija Flor).

Mudamos o assunto e comentamos assim:

Olha Dna Eunice, nosso grupo é muito pequeno e o valor muito alto, então pensamos em tirar algumas fotos e tentar buscar mais recursos, o que a senhora acha ?

Ela concordou e enquanto a Guiomar ficou com elas na sala, fomos buscar a máquina no carro.

Na volta, entramos novamente em sua sala com:

Rosangela segurava uma cesta básica, eu e a Sahara carregávamos a cadeira.

A caixa era enorme. Neste instante, a Andréa estava sentada em uma toalha que sua mãe disse:

Olha, vou tirar a toalha para ficar mais bonito. Ela estava de costas para nós.

Dissemos então a ela, ótimo, então já que a senhora vai tirar ela da cadeira, porque já não coloca na cadeira nova.

Ela sem entender, vira para trás e vê uma enorme caixa.

Começa a chorar na hora, sua filha Adriana, coloca a criança na mesa e com as mãos no rosto chora também, Andréa por sua vez começa a gritar Obrigado meu Deus, Obrigado meu Deus, seguidamente.

Nós ? Claro, todos muito emocionados.

Montamos a cadeira e colocamos Andréa em sua nova cadeira para tirarmos uma foto.

Ao final, quando tudo parecia normalizado dissemos a ela: Nosso grupo hoje tem a missão de além de trazer a cadeira, levar a sua conta que esta atrasada para ser paga.

Novamente, mãe e filha choram.

Ao nos despedir, ela ficou muito agradecida com todos e contamos a ela que muitas pessoas haviam ajudado e que muitos também torciam por ela.

Quando ela foi fazer seu último agradecimento, acabei também entrando em cena e contei a ela.

Dna Eunice, quem mais tem aqui a agradecer aqui hoje sou eu , pois quando eu liguei para a senhora , suas palavras me confortaram muito, pois a uma semana atrás, minha mãe teve um derrame e suas palavras me caíram como um bálsamo naquele instante.

Eu é que sou muito grato.

Hoje é um dia de muita alegria, pois é aniversário do meu pai, minha mãe já se recuperou , Andréa ganhou a sua cadeira, o que mais posso querer ?

Apenas que o Pai abençoe a todos vocês pela ajuda que nos deram, por estarem sempre conosco também na ajuda, na torcida, nas vibrações e que nunca nos falte a oportunidade de ajudar.

Muito obrigado
Eduardo