Mãe


Nunca te esqueço os dedos de veludo,
Quando me carregavas no regaço...
Caí da imensidão azul do Espaço,
Qual pássaro da noite triste e mudo.

Cresci... Estás em tudo quanto faço...
No entanto, abandonei o lar, o estudo,
Até que do prazer me desiludo
Arrasado de tédio e de cansaço.

Onde a estrela sublime do Universo,
Em que sintas a dor que há no meu verso ?
Vem a mim, alma linda !... Vence a bruma !...

Quanto amor temos nós no mundo inquieto,
Desde a ligeira estima ao grande afeto,
Mãe, porém, ante Deus, só se tem uma !...

Antonio Barros
(Soneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier
em reunião pública do Grupo Espírita da Prece
na noite de 07-02-1988 em Uberaba, Minas).

 

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