Recruta

Num quartel, certa tarde, um comandante recebeu uma grave e séria denúncia: 

O recruta 35 penetrou no alojamento contíguo, fugindo ao período de instrução, e ali, depois de arrombar o armário de um colega, apossou-se de alguns dos seus pertences de valor. 

Ao ouvir o número do recruta infrator, o comandante revelou-se visivelmente abatido. 

Entretanto, respirando fundo, recobrou o ânimo e ordenou que o fizessem chegar a ele imediatamente. 

De fato, em fração de minuto suas ordens estavam cumpridas e o 35 já se encontrava frente a frente com o comandante. 

Vieram então as advertências costumeiras, os conselhos e também as punições cabíveis.

Tudo parecia haver se enquadrado na rotina normal do quartel, mas o
comandante mantinha o recruta sempre sob discreta vigilância, mesmo que confiante nos resultados da lição ministrada. 

Os dias se passaram até que o 35 sentiu-se de novo em pleno gozo dos seus direitos como recruta. 

Uma vez apagada e esquecida a sua primeira infração, ei-lo agora a elaborar um novo plano para, dessa vez, afanar a gaita do 47. 

Era linda... 

Entre o planejamento e a execução do mesmo, não houve grande demora. 

E foi então que novamente o comandante recebeu denúncias comprovadas do mesmo recruta. 

Dessa vez a punição teria de ser muito severa.

Não poderia, pela segunda vez, permitir uma nova oportunidade de recuperação.

No momento determinado, o pelotão alinhou-se e, ao comando do superior, fez meia-volta, dando as costas, em sinal de repulsa, ao gesto tão vil do companheiro de quartel. 

Uma guarda selecionada arranca e rasga a farda do incorrigível recruta, que deixa o quartel em traje civil, afastando-se cabisbaixo. 

Estava expulso.

Recebendo ordens, o pelotão debandou-se. 

Enquanto isto, um dos guardas que permaneceu por mais tempo no local notou, quando já se preparava para retirar, que o comandante chorava. 

Eram lágrimas sentidas, lágrimas de dor e vergonha. 

Entretanto, ignorando essas razões e preocupado, o guarda lhe perguntou por que estava chorando. 

A resposta foi esta: Esse recruta que acaba de ser expulso do quartel é o meu filho...

Tantas vezes Deus tem precisado agir assim, em relação aos seus filhos
aqui na terra. 

Diante da desobediência e da obstinação do ser humano, o Senhor pacientemente vai concedendo novas oportunidades, na espera de uma consciente tomada de posição, uma resignação, transformação.

Mas se o homem insiste em retornar ao erro, a mão de Deus, que é amor mas também justiça, o açoita e o corrige a fim de vê-lo, não expulso, mas renovado interiormente e caminhando com firmeza nos caminhos traçados por Deus.

Autor Desconhecido


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