Saudade

Vencida pela profunda angustia da minha mágoa, despertei quando o jovem rosto da manhã adornado de luz, e o mar de nuvens viajeiras me convidaram para o banquete do dia.

Levantei e percebi que não fora um pesadelo, a presença da sua ausência era a mais pura e triste realidade.

Não sei dizer ao certo se é a presença da ausência ou a ausência da presença, ou talvez seja simplesmente saudade.

Lá fora tudo respirava perfume e os braços do vento carregando o pólen da
vida, cantavam os ramos do arvoredo delicada canção.

Saí a correr para fora, tentando fugir da furna escura dos meus padecimentos. 

A presença invisível do bem amado, fazia-me arder em febre de ansiedade, enquanto os pés ligeiros das horas, corriam a frente, impondo-me fadiga e desconforto. 

Embriagada pela saudade, meu ser ansiava pela paz, tentando me livrar da dor, parecia que não mais suportaria o espinho da saudade cravado em meu peito já dorido e exausto. 

A ausência da sua presença queimava as fibras mais sutis da minha alma e a
presença da sua ausência me feria o coração dilacerado e só.

A noite devorou o dia, e ao escancarar sua boca negra, mostrou a primeira
estrela engastada no manto escuro, vencendo as sombras. 

Minutos depois miríades de astros brilhantes compuseram o diadema da vitória total da luz.

Só então solitária e meditativa compreendi que não há escuridão que resista
um simples raio de luz.

Se o manto escuro da saudade pesa sobre seus ombros, ilumine-o com a pérola
da oração sincera em favor do bem amado que partiu. 

Preencha a ausência da presença com a lembrança dos momentos compartilhados nas horas alegres.

Autor Desconhecido


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