Serenidade

Meu irmão mais moço, Jim, triunfou na vida e aos 46 anos, não se nota no rosto o menor traço de preocupação.

Sua imperturbável serenidade é ainda mais digna de nota devido a pressão diária e aos detalhes que o absorvem nos negócios. 

Mas mesmo nos dias mais movimentados, encontra tempo para tomar tranqüilamente o seu cafezinho, conversar sobre assuntos diversos ou, pelo menos, recostar-se na poltrona e passear os olhos pela janela, inteiramente "esquecido" por alguns minutos, do escritório.

Quanto maior o atropelo, maior sua serenidade.

Como essa atitude não correspondesse ao seu temperamento da mocidade, perguntei-lhe, um dia, qual a formula mágica que o tornara capaz de pairar espiritualmente acima da tensão natural dos pequenos problemas cotidianos.

"Duas palavras", respondeu-me. "Ouvi-as no meio de um lago, quando tinha 19 anos".

Contou-me, então, o que acontecera. 

Estava na companhia de uma moca, campeã de natação, que lhe propôs atravessarem o lago a nado. 

Não querendo confessar que a tentativa o amedrontava, Jim concordou. 

Mas quando chegaram ao meio do caminho, sentiu que não poderia prosseguir. 

Estava aterrado e exausto. Com esforço, conseguiu balbuciar para a jovem que as forças lhe faltavam.

A nadadora, porém, sem se perturbar, limitou-se a dar-lhe um conselho de duas palavras.

"Eu o segui naquele momento", concluiu Jim, "e o venho seguindo desde então, com uma única diferença: agora não espero até me sentir inteiramente esgotado. 

As duas palavras produzem efeitos tanto espirituais como físicos. E é tão simples!!! Tudo o que a moça fez foi dizer-me, com um sorriso nos lábios: 

"Bóia, Jim".

Robert Ormond Case


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