Pela força do amor

Sinto te ingrata mágoa,
Porque vens corroer o meu peito assim?
Sem se afastar em nenhum momento,
Mantém uma tormenta sem fim.

Também te sinto remorso sagaz,
Vens o meu sono tirar,
Lembrando-me de erros passados
E tempos que não vão voltar.

Em mim te vejo ódio pungente,
Tu vens para destruir 
O resquício de esperança
Que o meu coração tenta nutrir.

E vós tristeza arrasadora,
Que vens sob muitas faces.
Tu és companheira da dor
E tem mais de mil disfarces.

Tiras minha vontade de cantar,
És tu traiçoeira solidão;
Emudeces minha voz,
Enquanto esfrias meu coração.

Vocês todos vêm
E querem me ver derrotado,
Sabem me fazer sofrer
E pensam que estou acabado.

Mas hoje conversei com Deus,
Como há muito eu não fazia;
E roguei a Ele nessa oração,
Para que me retornasse a alegria.

Então o ouvi dizer
Que ele sempre esteve comigo,
Mas eu lhe virava as costas
Fugindo do seu abrigo.

Ele me disse que nada tinha a temer,
Mágoa, remorso, ódio, tristeza ou solidão;
Todos eles se dissolvem
Com um pouco de amor no coração.


Santa Rita do Passa Quatro, Novembro de 2002.

Felipe Fusca


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