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Oh! Pobre alma, como é grande o seu sofrer,
Um peso enorme atormenta-lhe o coração,
Te entorpece os sentidos
Deixando-lhe sem razão.
Como o mundo é cruel contigo,
Já não lhe bastam as tormentas passadas.
O que fizeste para merecer este castigo
De tão fortes apunhaladas?
Dizem-te ser as vidas passadas,
Sua dívidas com o Criador;
Mas que tipo de justiça é essa?
Não te lembras do crime, mas conheces a dor!
Onde está o Deus de Bondade,
Que não vem te amparar?
E como pode o Mestre da Caridade
À própria sorte te abandonar?
Sei que fazes estas perguntas,
Enquanto ficas a se lamentar.
Pensas que sobre o mundo
Sofrer maior que o seu não há.
Mas levanta do teu trono de lamúrias
Em que fazes questão de estar.
Sondas o mais íntimo do teu ser
E põe-te a se perguntar ...
O semeador que se esquece das sementes
Pode algo de bom plantar?
E aquele que negligência o trabalho,
O que este colherá.
O que te falta é observar o mundo,
E ver que nem tudo nele é dor;
E que esta só se fortalece nos campos
Onde não nasce o amor.
Contemplas no final do dia um crepúsculo,
Veja a luz de Deus sobre nós.
Apura os teus ouvidos
Para que possa ouvir a Sua voz.
" Caminhem filhos queridos,
esqueçam os erros passados.
Comecem um novo plantio;
Os campos precisam ser preservados.
Ninguém tem por castigo o sofrer,
Não quero ver meus filhos chorar.
Mas se almejam paz e felicidade,
Precisam aprender a cultivar."
Santa Rita do Passa Quatro, Novembro de 2002
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